Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu na noite desta terça-feira liberar o áudio da conversa de quatro horas em que dois delatores da J&F omitiram, na interpretação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, condutas criminosas o que pode levar à perda dos benefícios da colaboração premiada.
Fachin ouviu pessoalmente nesta tarde os áudios a fim de decidir se iria liberar, em todo ou parcialmente, sua divulgação ou se manteria o sigilo integral da gravação da conversa entre Joesley Batista e Ricardo Saud, um dos diretores do grupo.
Janot havia pedido para que Fachin avaliasse a conveniência de divulgar o áudio porque constam nos diálogos, além dos relatos de supostos crimes omitidos, assuntos que se referem à “vida privada e íntima de terceiros que não interessam à investigação de fatos criminosos tampouco das possíveis omissões deliberadas dos colaboradores”.
Em sua decisão, o ministro do STF destacou que a publicidade é o princípio previsto na Constituição para tramitação de causas na Justiça, no momento em que se deve avaliar a preservação da intimidade do interessado e o interesse público à informação.
"Posto isso, feita a análise requerida pelo PGR, concluo não ser cabível, na espécie, a imposição do regime de sigilo ou segredo à mídia juntada", decidiu.