KIEV (Reuters) - O governo da Ucrânia, que é apoiado pelo Ocidente, sobreviveu a um voto de não confiança nesta terça-feira, evitando a perspectiva imediata de uma eleição súbita num país que enfrenta uma grave recessão e uma insurgência separatista pró-Rússia.
A votação ocorreu apenas horas depois de o presidente Petro Poroshenko pedir publicamente para que o primeiro-ministro renunciasse, uma iniciativa que mostra o grau das disputas internas, o que tem prejudicado os esforços para implementar reformas.
Os apoiadores internacionais da Ucrânia têm investido muito dinheiro e capital político para apoiar o governo no seu impasse com Moscou, depois de a Rússia ter anexado a Crimeia em 2014, após as manifestações em Kiev que derrubaram o então presidente pró-Rússia.
No entanto, o fracasso da ex-república soviética no combate à corrupção e na implementação de reformas já atrapalhou um programa de ajuda econômica ocidental, e um cessar-fogo com os separatistas no leste está ruindo.
O fato de que o voto de não confiança tenha por si só ocorrido indica a crescente desilusão da população com os líderes eleitos depois da revolta de 2013 e 2014, que criou a esperança de uma transformação no país.
O governo vai provavelmente estar seguro até pelo menos a próxima legislatura começar em setembro.
(Por Pavel Polityuk e Natalia Zinets)