BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, lançou nesta sexta-feira o Plano Nacional de Segurança, a ser implantado em fevereiro, prometendo que não faltará dinheiro para o que está previsto.
O governo já vinha apresentanto pontos do plano ao longo da semana, em um momento em que rebeliões ocorrem em presídios no país, mas a minuta com as diretrizes lançadas nesta sexta ainda precisa ser formalmente entregue a governadores estaduais, que no fim do mês devem assinar um termo de cooperação.
Segundo o ministro da Justiça, tudo o que está colocado no plano --que prega cooperação, maior participação da União na segurança pública e modernização do sistema penitenciário-- tem previsão orçamentária.
“Tudo, absolutamente tudo o que está previsto tem previsão orçamentária. Para nada vai faltar dinheiro”, disse Moraes. “O plano é extremamente realista.”
Na quinta-feira, o presidente Michel Temer anunciou mais de 400 milhões de reais para a construção de presídios, contratação de serviços de bloqueadores de celulares e compra de equipamentos de segurança. Foi a primeira declaração pública do presidente, ocasião em que se referiu ao motim como um “acidente pavoroso”.
Depois, diante da repercussão negativa, postou no Twitter uma mensagem listando “sinônimos da palavra ‘acidente’: tragédia, perda, desastre, desgraça, fatalidade”.
As estimativas iniciais previam o lançamento do plano no fim de janeiro, mas o ministro afirmou nesta sexta que a intenção é botar o plano em prática já em fevereiro.
Na madrugada desta sexta, pelo menos 33 presos foram encontrados mortos em uma penitenciária de Roraima, informou o governo estadual, dias após uma rebelião em um presídio de Manaus ter deixado 56 mortos como resultado de uma briga entre facções.
O motim dentro do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), rebelião mais violenta no país em quase 25 anos, teve início na noite de domingo e só terminou na segunda-feira, resultado de briga entre facções rivais.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)