Por Patrícia Duarte e Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA, 9 Ago (Reuters) - O governo não decidirá sobre uma possível alteração na meta fiscal deste ano antes de setembro, depois de o presidente Michel Temer ter discutido com os ministros Henrique Meirelles (Fazenda), Dyogo Oliveira (Planejamento), Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), disse à Reuters uma fonte do Ministério da Fazenda.
"Até setembro, nada muda com certeza", disse a fonte, que pediu para não ser identificada. "Depois, só fazendo as contas."
A disputa dentro do governo está intensa, com parte do Planalto alinhado com o Ministério do Planejamento querendo aumentar já a meta de déficit primário deste ano, de 139 bilhões de reais. Mas a Fazenda prefere esperar mais para manter a mensagem de maior austeridade na condução da equipe econômica.
Uma outra fonte do governo afirmou que "é uma possibilidade levar essa discussão para o próximo relatório de receitas e despesas", que será publicado no mês que vem.
Segundo esta fonte, se quer observar ainda o comportamento das receitas em julho e agosto, lembrando ainda que estão previstas concessões em setembro. Além disso, é preciso esperar para ver como ficará o Refis, o projeto de regularização de dívidas tributárias.
Nesta quarta-feira, não houve acordo sobre o Refis após membros de uma comissão do Congresso terem levado ao Ministério da Fazenda sugestões para um meio termo entre a proposta originalmente enviada pelo Executivo e a que foi substancialmente afrouxada em relatório aprovado no colegiado.
Para a fonte, mais urgente é decidir a meta fiscal de 2018, fixada em 129 bilhões de reais. Até o final deste mês o governo precisa enviar ao Congresso a proposta de Orçamento do ano que vem e pode fazer essa alteração.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), também participou da reunião no Palácio do Planalto com Temer e os ministros.