Guedes diz que governo tem obsessão em desonerar e pensa em tributar espaço novo de pagamento

Publicado 30.04.2019, 15:19
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Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira que o governo tem obsessão em desonerar e que pensa, dentro da política de simplificar e substituir impostos, em tributar um espaço novo de pagamentos.

Após almoço com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, Guedes afirmou que o governo gostaria de num futuro próximo desonerar totalmente a folha de pagamentos e que, nesse sentido, uma das alternativas "sempre considerada" é a instituição de um imposto sobre pagamentos -- ideia aventada há anos pelo secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra.

"É evidente que as igrejas vão manter as imunidades que têm. A igreja não paga Imposto de Renda, não paga imposto sobre propriedade, tem todas as imunidades que ela tem e ninguém vai mexer com isso", afirmou ele.

"O que se está pensando é justamente em tributar um espaço novo de pagamentos para ter uma base boa e você desonerar a folha de pagamentos. Você vai dar um choque de empregos. De repente você vai gerar 2, 3, 4, 5 milhões de empregos num espaço de 1 ano, 1 ano e meio", acrescentou.

A fala veio após Cintra ter dito, em entrevista à Folha de S. Paulo, que o novo imposto incidiria sobre todas as transações na economia, abarcando inclusive dízimo de igreja.

"Eu preferia que ele tivesse falado que os bandidos vão pagar, os traficantes vão pagar, ele falou logo igreja, ele deu azar", brincou Guedes nesta terça-feira, reiterando que a ideia do secretário é de que o imposto recaia sobre "todo mundo que faça pagamentos".

Guedes frisou que o governo Jair Bolsonaro é liberal, e que por isso, qualquer investida na área tributária terá como norte a simplificação, redução ou substituição de impostos.

O ministro afirmou ainda que está praticamente pronto o Plano de Equilíbrio Fiscal (PEF) para Estados, sendo que o governo ajudará aqueles que quiserem antecipar privatizações.

Na véspera, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, já havia dito que o plano de concessão de garantias da União para empréstimos feitos pelos governadores junto a bancos públicos e privados já havia sido finalizado pelo Ministério da Economia, dependendo de decisão política para ser encaminhado ao Congresso Nacional.

"Timing político (para PEF dos Estados) é a área política que dá. Já está praticamente pronto o plano que nós chamamos de plano Mansueto, que envolve justamente antecipação de ajustes”, disse Guedes.

Para além de auxílio nessa frente, Guedes reiterou que o governo estuda como irá compartilhar recursos oriundos da exploração do petróleo do pré-sal com os entes regionais.

"Nós vamos acelerar a extração do petróleo e esse dinheiro também vai entrar para Estados e municípios, nós vamos ver como é que podemos casar isso com o endividamento de Estados e municípios. Também podemos antecipar alguma coisa para eles com base nessas receitas que vêm por aí", disse, sem dar detalhes.

PREVIDÊNCIA

Guedes também avaliou que para os parlamentares é interessante aprovar a reforma da Previdência ainda no primeiro semestre, ganhando tempo à frente para tratar de temas "extraordinariamente atraentes" antes das eleições municipais de 2020.

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Dentre os tópicos para o segundo semestre em diante, ele citou o pacto federativo, a reforma tributária e o "sistema de poupança garantida da nova Previdência" -- expressão que vem sendo utilizada por membros do governo para designar o regime de capitalização previdenciário.

Onyx, por sua vez, disse estar "entusiasmado" com a possibilidade de ter a reforma da Previdência aprovada pelo Congresso Nacional já no primeiro semestre.

Na véspera, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que iria trabalhar para que a reforma da Previdência fosse aprovada na Casa ainda na primeira metade deste ano.

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