RIO DE JANEIRO (Reuters) - O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, criticou na quinta-feira mudança nas regras para leilões de áreas de petróleo e gás realizadas pelo governo Michel Temer, que permitiu maior participação de companhias estrangeiras nos certames sob regime de partilha no pré-sal, e afirmou que, se for eleito, isso vai ser revisto no primeiro dia de seu governo.
O governo do PT criou o modelo de regime de partilha de produção a partir da descoberta do pré-sal e estipulou que a Petrobras (SA:PETR4) deveria ter no mínimo 30 por cento das áreas na região do pré-sal. Tal obrigação foi derrubada no governo Temer, que definiu que a estatal teria preferência e não a obrigação de atuar no pré-sal.
Haddad, que está em segundo lugar nas pesquisas eleitorais, destacou a relevância do pré-sal e classificou a fronteira petrolífera como "um passaporte para o futuro do país se o governo parar de vender para os americanos”.
“Eu vou retomar o petróleo da Petrobras para investir em saúde e educação... você aprovou uma lei para alienar aos americanos o que é dos brasileiros", disse ele em resposta ao candidato do Podemos à Presidência, Alvaro Dias, durante debate na TV Globo.
“Isso eu não vou permitir e vai ser revisto no dia 1o de janeiro de 2019", acrescentou.
Desde setembro do ano passado, o governo Temer realizou seis leilões de óleo e gás nos regimes de concessão e partilha e só em bônus de assinatura foram arrecadados cerca de 28 bilhões de reais.
O último certame, realizado na semana passada, foram arrematadas quatro áreas oferecidas na região do pré-sal e entre as vencedoras estavam a própria Petrobras, que teve um papel secundário no leilão que teve como destaques as gigantes Shell, Chevron, BP e Exxon Mobil (NYSE:XOM).
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)