(Reuters) - O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, lamentou neste sábado que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tenha rejeitado os pedidos requeridos pela coligação petista para fazer busca e apreensão em empresas supostamente envolvidas no envio de mensagens em massa por WhatsApp para favorecer o candidato Jair Bolsonaro (PSL).
O ministro Jorge Mussi, do TSE, autorizou na sexta-feira a abertura de uma investigação sobre mensagens supostamente bancadas por empresários contra petistas, mas barrou pedidos para conceder liminares para fazer busca e apreensão e quebrar sigilos bancário, telefônico e telemático de empresários.
"Esse esquema de corrupção que foi montado para ajudá-lo (Bolsonaro) precisa ser desbaratado e eu lamento que a Justiça Eleitoral não tenha permitido a busca e apreensão, porque busca e apreensão dos computadores das empresas criminosas e eventual prisão de um dos empresários que fez contribuição ilegal poderia resolver esse problema agora, e ele saindo do primeiro turno para a entrada do (terceiro colocado) Ciro (Gomes)", disse Haddad a jornalistas em Fortaleza.
"O WhatsApp já baniu 100 mil perfis falsos ligados a Bolsonaro. Ele tinha 100 mil robôs trabalhando para ele a peso de ouro, mentindo sobre mim e minha família. Ele é um sujeito desqualificado, por isso que ele não me enfrenta", completou.
Segundo Haddad, o TSE precisa agir para barrar esse tipo de comportamento nas próximas eleições também.
"É uma quadrilha que tem de ser desbaratada porque pode atuar em outras eleições. Já atuou no primeiro turno, elegendo parlamentares que ninguém conhece. São parlamentares de WhatsApp, e pode eleger governador que nunca ninguém viu, que não tem currículo. É muito grave para a democracia", afirmou.
Em campanha no Nordeste, Haddad destacou a importância de dar continuidade ao Programa de Aceleração do Crescimento na região, local onde obteve grande votação no primeiro turno, e que, segundo ele, será decisiva para tentar reverter a vantagem de Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto.
"Nós temos que retomar as obras do PAC. Sem o PAC, o Nordeste vai parar. Retomar as obras é gerar emprego e aumentar a produtividade da economia local", defendeu.
(Por Tatiana Ramil, em São Paulo)