Por Joseph Ax e Letitia Stein
(Reuters) - Corridas eleitorais importantes nos Estados de Geórgia, Flórida e Arizona continuavam sem resolução nesta quinta-feira, dois dias após a votação, com a perspectiva de ações legais, recontagens e revisões de urnas estabelecendo o cenário para possíveis semanas de incerteza.
Na Geórgia, onde o republicano Brian Kemp declarou vitória na disputa para o governo na quarta-feira com uma estreita margem de liderança, a campanha da democrata Stacey Abrams prometeu nesta quinta-feira lutar na justiça para que todos os votos sejam contados.
Na corrida para o Senado na Flórida, um advogado para o concorrente democrata Bill Nelson afirmou que uma recontagem ainda poderia garantir a vitória do candidato apesar de uma liderança apertada do republicano Rick Scott.
A disputa pelo governo da Flórida entre o republicano Ron DeSantis e o democrata Andrew Gillum também parecia encaminhada para a recontagem automática depois que a vantagem de DeSantis estreitou na quinta-feira, apesar de Gillum já ter concedido a vitória na corrida.
A disputa acalorada pelo Senado no Arizona entre duas parlamentares, a democrata Kyrsten Sinema e a republicana Martha McSally, parecia estar a dias de um resolução final, com centenas de milhares de votos ainda a serem contados e com McSally mantendo apenas uma pequena vantagem.
Na terça-feira, democratas conquistaram sua primeira maioria na Câmara dos Deputados desde 2010, enquanto os republicanos aumentaram sua maioria no Senado dos Estados Unidos.
As disputas ainda não definidas não irão alterar o equilíbrio de nenhuma Casa do Congresso. Há ainda uma série de disputas não resolvidas na Câmara, inclusive na Califórnia, onde muitos votos ainda não foram contados.
ABRAMS AINDA LUTA
Abrams compete para se tornar a primeira mulher negra a ser eleita governadora de um Estado norte-americano.
A disputa na Geórgia é acompanhada por todo o país por conta do papel de Kemp como a principal autoridade eleitoral do Estado. Grupos de direitos ao voto e democratas importantes acusaram o republicano de usar sua posição para suprimir os votos de minorias, uma acusação que ele negou com veemência.
Na quinta-feira Kemp disse que havia renunciado ao cargo de secretário de Estado da Geórgia, dizendo que o ato garantiria "a confiança do público" no resultado final do pleito, enquanto o deixava livre para se preparar em seu novo papel como governador.
A campanha de Abrams disse a jornalistas que havia votos não contabilizados suficientes para forçar uma eleição de desempate. De acordo com a lei estatal, se nenhum candidato chegar a 50 por cento dos votos, os dois mais bem colocados se classificariam para uma segunda eleição em dezembro. A eleição também incluiu um terceiro candidato.
Kemp havia conseguido 50,33 por cento dos votos até a manhã de quinta-feira, de acordo com resultados não oficiais.
"Estamos nessa disputa até estarmos convencidos de que todos os votos foram contados", afirmou a diretora da campanha de Abrams, Allegra Lawrence Hardy, em uma entrevista coletiva.
Enquanto autoridades eleitorais da Flórida continuavam a apuração dos votos, a liderança de Scott diminuía. Nelson estava 17.300 votos atrás, ou 0,22 por cento, ainda abaixo dos 0,25 necessários para uma recontagem manual.
"Os resultados ainda são desconhecidos", disse Marc Elias, um advogado para a campanha de Nelson. Historicamente, democratas conseguem mais votos em recontagens, especialmente recontagens manuais, disse ele.
(Reportagem de Joseph Ax em Nova York e Letitia Stein em Tampa)