Por Lawrence Hurley e Roberta Rampton
WASHINGTON (Reuters) - O indicado de Donald Trump para a Suprema Corte dos Estados Unidos, Neil Gorsuch, descreveu os ataques do presidente dos EUA a um juiz que suspendeu suas restrições de viagem a cidadãos de sete países de maioria muçulmana de "desmoralizantes" e "desoladores", disse na quarta-feira o porta-voz de Gorsuch.
Os comentários de Gorsuch vieram a público no momento em que se espera que um tribunal federal de apelações de San Francisco decida nos próximos dias se o juiz James Robart agiu devidamente ao suspender temporariamente a aplicação do decreto de Trump.
Um estrategista republicano contratado pela Casa Branca para ajudar a conduzir a indicação de Gorsuch no Senado disse que o indicado, ele mesmo juiz de uma corte de apelações, usou as palavras "desmoralizante" e "desolador" quando se encontrou com o senador democrata Richard Blumenthal.
Trump, que tomou posse em 20 de janeiro, recorreu ao Twitter no final de semana para repudiar a liminar da noite de sexta-feira de Robart, que suspendeu provisoriamente o decreto presidencial de 27 de janeiro que barra a entrada de pessoas dos sete países listados e de todos os refugiados.
Trump classificou Robart de "um chamado juiz", com uma opinião "ridícula", que "essencialmente retira a aplicação da lei de nosso país", segundo o presidente. O governo apelou do veredicto de Robart a uma comissão de três juízes da 9ª Corte de Apelações de San Francisco, que ouviu argumentos orais na terça-feira.
Presidentes costumam evitar influenciar questões judiciais por respeito à Constituição dos EUA, que garante uma divisão de poderes entre o Executivo, o Congresso e o Judiciário.
Na quarta-feira, o Senado de maioria republicana confirmou o senador republicano Jeff Sessions, linha-dura em relação à imigração, como secretário de Justiça, apesar da forte oposição dos democratas.
(Reportagem adicional de Timothy Gardner, Doina Chiacu, Susan Heavey, David Shepardson e Richard Cowan em Washington)