(Reuters) - O Ministério das Relações Exteriores repudiou nesta sexta-feira as declarações do secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, que questionou o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
Na véspera, Samper advertiu que o processo provoca turbulências que afetam a região e disse que a decisão do Senado não tem justificativa e abre "questões preocupantes" sobre o Estado de Direito.
"Os argumentos apresentados, além de errôneos, deixam transparecer juízos de valor infundados e preconceitos contra o Estado brasileiro e seus poderes constituídos e fazem interpretações falsas sobre a Constituição e as leis brasileiras", afirmou o Itamaraty em comunicado.
"Além disso, transmitem a interpretação absurda de que as liberdades democráticas, o sistema representativo, os direitos humanos e sociais e as conquistas da sociedade brasileira se encontrariam em perigo."
O Ministério das Relações Exteriores passou a ser comandado pelo senador José Serra (PSDB-SP) a partir de quinta-feira, quando o vice-presidente Michel Temer assumiu o governo no lugar de Dilma, que foi afastada temporariamente após aprovação pelo Senado a abertura de um processo de impeachment por suposto crime de responsabilidade.
No comunicado, o Itamaraty disse ainda que as interpretações do secretário-geral "são incompatíveis com as funções que exerce e com o mandato que recebeu do conjunto de países sul-americanos" da Unasul.
(Por Tatiana Ramil)