O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse hoje (28) que foi acertada a decisão do presidente Michel Temer de decretar o emprego das Forças Armadas em Roraima, com a aplicação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO). “Considero que essa medida do presidente Temer é absolutamente adequada ao estado”, disse, após participar de uma reunião na sede do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no centro do Rio, para acertar um trabalho conjunto do órgão com o ministério para produção de estatísticas na área de segurança.
Ao ser questionado sobre a GLO em Roraima, o ministro disse que, em qualquer lugar do mundo, a imigração gera tensão tanto para quem está chegando a um novo país quanto para quem já é morador do local e tem que disputar espaço. Para ele, no caso de Roraima, existe uma diferença de fluxos entre a chegada de venezuelanos e a interiorização deles no Brasil.
Segundo o ministro, se o número de imigrantes for maior que a capacidade de deslocamento deles para outras regiões ou das suas instalações em abrigos, o resultado será venezuelanos perambulando nas ruas, o que pode gerar conflito. Para o ministro, essa situação se agrava pelo momento eleitoral por que passa o Brasil.
“Em um momento eleitoral, o que a gente tem visto é que, infelizmente, há uma, digamos, politização de uma tragédia humanitária que já deslocou 2,5 milhões de venezuelanos. É uma das maiores tragédias humanitárias no mundo hoje e que nunca poderia ser objeto de disputa política”, apontou.
Intervenção federal
O ministro acrescentou que o Ministério Público pediu intervenção no estado por conta da situação do sistema prisional de Roraima. “A Justiça não está podendo funcionar porque o crime organizado que controla o sistema penitenciário não permite a identificação daqueles que precisam ir às audiências na Justiça, que é um caso clássico, considerado na Constituição, de intervenção”.
Jungmann acrescentou que, por duas vezes, o governo federal colocou as Forças Armadas à disposição do governo de Roraima, mas não houve resposta. Ele informou que a decisão da GLO já estava tomada, pelo menos em princípio, pela manhã, quando participou em Brasília de uma reunião que tratou do assunto.
Jungmann descartou a necessário de fazer uma intervenção federal na segurança do estado. “Não há necessidade porque, com a GLO, as Forças Armadas assumem a coordenação da segurança. A segurança do estado, agora, passa para as mãos das Forças Armadas. Não é intervenção, aliás é como aconteceu anteriormente na GLO do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Norte e no meu estado, Pernambuco. É uma decorrência da GLO”, disse.