BRACHAY, França (Reuters) - A líder da extrema-direita francesa Marine Le Pen, que tem ficado longe dos holofotes desde suas dolorosas derrotas eleitorais, tentou neste sábado recuperar o manto de principal adversária do presidente Emmanuel Macron, que as pesquisas agora atribuem à extrema-esquerda.
Pesquisas mostram que, apesar de Le Pen ter recebido mais votos na última eleição presidencial do que a Frente Nacional jamais conseguiu, resultados abaixo do esperado, um debate ruim contra Macron na televisão, lutas internas na FN e políticas impopulares anti-Europa prejudicaram seriamente sua imagem.
Enquanto isso, Jean-Luc Melenchon e seu partido França Insubmissa, cujos 17 legisladores têm sido oponentes declarados de Macron desde sua eleição em junho, particularmente a respeito da reforma trabalhista, são agora vistos como os principais adversários do novo presidente.
Criticando Macron pela sua reforma trabalhista, medidas de imigração e políticas de segurança e o que ela disse ter sido uma resposta inadequada do governo ao furacão Irma, Le Pen afirmou, em seu primeiro discurso público em meses:
"Não se enganem: os esforços de desmantelamento do senhor Macron atingem não apenas a essências de nossas instituições, mas também a sociedade como um tudo, e cada um de nós, inclusive nossas leis trabalhistas."
Chamando a França Insubmissa de "islamo-trotskistas", dizendo que eles apoiam estrangeiros em detrimento de cidadãos franceses e protagonizam um show, em vez de uma real oposição a Macron, Le Pen disse que o linha dura Laurent Wauquiez, favorito a liderar o conservador Os Republicanos, tornaria-se mais mainstream assim que fosse eleito.
"Nossa família política é a única capaz de ser uma alternativa adequada", disse Le Pen a seguidores, em seu tradicional discurso no começo de setembro, na pequena e pró-FN vila francesa de Brachay, no leste.
(Por Gonzalo Fuentes)