Por David Morgan e Amanda Becker
WASHINGTON (Reuters) - O empenho do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para avançar com os cortes de impostos profundos que prometeu quando era candidato alcançou um marco importante nesta quinta-feira, quando seus colegas republicanos da Câmara dos Deputados apresentaram uma legislação longamente aguardada para reformar o código tributário.
O projeto de lei pede que os impostos corporativos sejam reduzidos de 35 para 20 por cento e que os impostos para indivíduos e famílias diminuam consolidando-se o número atual de faixas de tributação de sete para quatro: 12 por cento, 25 por cento, 35 por cento e 39,6 por cento, que agora é a taxa mais elevada e será mantida.
Alinhado em grande parte às expectativas de um plano de corte de impostos que vem sendo desenvolvido a portas fechadas há semanas, o Comitê de Meios e Recursos da Câmara propôs quase dobrar a dedução padrão para indivíduos e famílias.
Ele também pediu que se mantenha a até 500 mil dólares a dedução de juros das hipotecas residenciais para hipotecas existentes e para casas recém-adquiridas, além de preservar a dedução de taxas de propriedades estaduais e locais, cujo teto é 10 mil dólares.
Os benefícios tributários de programas de poupança de aposentadoria populares devem ser mantidos.
O projeto de lei é o tiro de largada de uma corrida frenética rumo ao que Trump e os republicanos da Câmara e do Senado esperam ser sua primeira grande vitória legislativa desde que ele tomou posse em janeiro: a sanção de um pacote de grandes cortes de impostos ainda neste ano.
"Este é o início do fim deste código tributário horrível", disse o presidente do conselho do Comitê de Meios e Recursos, Kevin Brady, aos repórteres nesta quinta-feira ao chegar para uma reunião com parlamentares republicanos antes da divulgação do projeto de lei.
O projeto almeja criar um novo crédito tributário familiar e isenções duplas para impostos estaduais sobre bens herdados e revogar o imposto sobre propriedade depois de seis anos, ao mesmo tempo permitindo que pequenas empresas deem baixa em juros de empréstimos, de acordo com o documento.
O projeto de lei ainda quer estabelecer um teto de 25 por cento para impostos a pequenas empresas e outros empreendimentos não-corporativos.
Empresas estrangeiras que operam nos EUA devem pagar impostos de até 20 por cento sobre pagamentos feitos no exterior relativos às suas operações norte-americanas, acrescentou o Wall Street Journal.
(Reportagem adicional de Richard Leong, Susan Heavey e Susan Cornwell)