Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O Palácio do Planalto negocia a preparação de um relatório em separado contra a admissibilidade da denúncia contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara para se contrapor ao relatório do deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) e o líder da maioria, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES) é o nome mais provável para assumir a tarefa, disseram à Reuters fontes ligadas ao governo.
Os líderes dos partidos da base aliada devem se reunir ainda nesta segunda-feira com Temer, para decidir como proceder daqui para frente, disse à Reuters uma das fontes. Logo depois da apresentação do voto de Zveiter e da sustentação oral da defesa do presidente na CCJ, um grupo de deputados governistas se reunia no Congresso para discutir a estratégia.
Desde a indicação de Zveiter para relator da denúncia, o governo acreditava que o relatório pudesse ser negativo para o presidente, e as informações se confirmaram nas últimas horas e o governo começou a negociar um voto em separado.
Vice-líder do PMDB na Câmara, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) chegou a se oferecer para ser autor do voto, mas o Planalto optou pelo texto que será preparado por Lelo.
Desde cedo o governo articula para tentar se contrapor ao que pode ser considerado uma derrota na CCJ. A contabilidade palaciana é que, com as mudanças de membros da Comissão feitas nos últimos dias o presidente pode chegar a cerca de 40 votos - seis a mais do que o mínimo necessário para derrotar a proposta.
Fontes da base admitem, no entanto, que com o relatório pela admissibilidade apresentado por Zveiter a posição do governo fica mais complicada. Daí a importância do voto em separado. É possível que sejam apresentados mais de um relatório pró-governo na CCJ.