BRASÍLIA (Reuters) - Líderes do chamado centrão, aliados ao PMDB, decidiram nesta terça-feira que irão retomar os trabalhos da Câmara e um clima de relativa estabilidade, o que inclui reduzir a pressão pela saída do deputado Waldir Maranhão (PP-MA) da presidência interina da Casa, justamente em um momento em que o novo governo precisa dos parlamentares para aprovar medidas prioritárias.
A saída encontrada pelo grupo, formado mais de dez partidos, que somados ao PMDB contabilizam quase 300 votos, é deixar Maranhão no posto e tocar a pauta da Casa a partir das reuniões do colégio de líderes. A primeira delas deve ocorrer na tarde desta terça-feira, quando será inaugurada uma fase de “teste” do deputado do PP no comando relativo da Câmara.
“Não podemos ficar trabalhando sob hipóteses. Temos um fato real, Waldir Maranhão é o presidente da Casa”, disse o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), após reunião do centrão e do PMDB.
“Outro fato real é que o colégio de líderes também tem poder”, disse.
Questionado, Arantes descartou a possibilidade do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-AL), renunciar ao cargo, o que abriria caminho para novas eleições à presidência da Casa.
“Você acha que pode resolver, você criar um problema de sucessão em um momento desse em que o Brasil precisa retomar o crescimento? O Brasil precisa de estabilidade política, nós vamos criar mais um problema político? Nós já temos problemas políticos de sobra”, disse o líder do PTB.
Na reunião da manhã desta terça, representantes do centrão e da maior bancada da Casa, o PMDB, decidiram indicar ao presidente interino da República, Michel Temer, o nome do deputado André Moura (PSC-SE) para a liderança do governo na Casa. A sugestão será oficializada em reunião com Temer prevista para o início da tarde, pouco antes da reunião do colégio de líderes da Câmara.
Segundo o líder do PP na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB), a decisão partidária sobre a situação de Maranhão deve ficar para o fim do mês, quando está prevista uma reunião da Executiva da sigla.
(Por Maria Carolina Marcello)