Paris, 28 ago (EFE).- O presidente da França, Emmanuel Macron, organizou nesta segunda-feira um seminário com os integrantes de seu governo para reafirmar sua "determinação" no pacote de reformas prometido durante a campanha eleitoral para "consertar o país", e que começa com a trabalhista, cujo conteúdo será conhecido em detalhe na quinta-feira.
"É o momento de agir, de fazer transformações, que estão demorando muito", enfatizou para a imprensa ao término do seminário o primeiro-ministro, Edouard Philippe, que detalhou o calendário e o método das reformas, em um contexto de queda da popularidade do chefe de Estado.
Philippe enfatizou que o "objetivo é simples, começar a consertar o país", em primeiro lugar com a reforma trabalhista, cujo conteúdo ele mesmo apresentará na quinta-feira ao lado da ministra do Trabalho, Muriel Pénicaud, antes da adoção de cinco decretos pelo Executivo em 20 de setembro.
Essa polêmica reforma, contra a qual alguns sindicatos organizaram uma greve em 12 de setembro e a esquerda radical uma manifestação no dia 23, tem como meta "fazer desaparecer o desemprego em massa", que ronda 10%, e representará "um grande avanço", segundo o primeiro-ministro.
Além da nova legislação trabalhista, o governo iniciará no final de setembro um arranjo para a reforma do seguro desemprego e da formação profissional e, em 2018, está programada a das aposentadorias e pensões.
Esta última pretende unificar todos os regimes - na prática eliminar as vantagens dos especiais - para que cada euro pago dê lugar aos mesmos direitos de pensão.
Outro momento crucial das próximas semanas será a apresentação em 27 de setembro do projeto de lei de orçamentos do Estado para 2018 e, um dia depois, o da Previdência Social.
Philippe antecipou que esse orçamento, "de transformação", integrará as reduções de impostos que já foram divulgadas, em particular cotações sociais, e uma redução dos gastos públicos, mas serão mantidas as despesas em âmbitos considerados prioritários: educação, segurança - frente à ameaça terrorista - e "transição ecológica".
O premiê francês reiterou que "o país necessita de transformações" e que, se os eleitores tivessem apostado pelo imobilismo, não teriam escolhido Macron. Por isso, Philippe disse que seu governo enfrenta o novo curso político "com confiança, com serenidade e com grande determinação".