BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quarta-feira avaliar se uma eventual candidatura à reeleição no posto trará “harmonia” tanto entre os Poderes quanto dentro da própria Casa.
A palavra-chave proclamada por Maia nesta quarta, dia em que se reuniu com o presidente da República Michel Temer, segue a linha de rumores de uma minirreforma ministerial para dirimir qualquer rusga decorrente da disputa pela presidência da Câmara e acomodar as forças de sustentação do governo.
“Vamos esperar, ter a clareza de que esse projeto não é um projeto meu, é um projeto de muitos partidos, de muitos deputados”, disse.
“E que a gente possa não apenas ter uma boa eleição, mas ter uma eleição que no dia seguinte a gente mantenha uma questão que eu falei com muita clareza na minha primeira eleição e vou continuar repetindo: harmonia.”
Maia explicou que ainda conversa com parlamentares para decidir se será candidato e que pretende contar com um leque de apoios, inclusive da oposição. A sustentação pluripartidária reforçaria ainda, na opinião do deputado, a tese de que eleição da presidência da Câmara é uma questão interna, não suscetível a uma eventual interferência do Supremo Tribunal Federal (STF).
Adversários de Maia questionam a possibilidade de o deputado ser reconduzido ao posto, uma vez que a Constituição não permite a reeleição na mesma Legislatura. Maia argumenta, por outro lado, que não há proibição expressa para o seu caso, em que seria reconduzido após um mandato-tampão.
“A minha candidatura precisa amadurecer, ela está começando a ficar madura. E na hora que ela ficar madura você vai ver que ela vai ter um arco de alianças. Se isso acontecer, vai mostrar até para a sociedade, para o próprio Supremo, que a Casa quer decidir."
Além de se reunir com Temer, Maia conversou nesta quarta-feira com o líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli (SP), e com o deputado também tucano Antonio Imbassahy, cotado para se tornar ministro da Secretaria de Governo.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello; Edição de Alexandre Caverni)