BRASÍLIA (Reuters) - Após a intensificação das articulações do governo a favor da reforma da Previdência, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quinta-feira que ainda não há votos para aprovar a proposta e trabalha com um calendário de uma semana a 10 dias para "criar as condições" para votar a medida.
"Eu tenho certeza que se nós tivéssemos mais quatro semanas, eu não tenho dúvida que a reforma da Previdência estaria com certeza aprovada. Mas nos não temos. Nós temos no máximo uma semana, dez dias e nós vamos trabalhar com esse prazo para criar as condições", disse Maia a jornalistas.
"Agora, sempre de forma realista. Não dá para a gente passar numa reunião com os partidos da base com o presidente da República fazer uma análise que não seja real. Porque se a gente não passar uma análise da verdade, a gente acaba tendo um resultado na hora de votar negativo", acrescentou.
Na noite de quarta, Temer se reuniu com ministros e parlamentares e presidentes de partidos aliados para traçar um cenário do apoio à reforma na Câmara. Após o encontro, decidiu-se adiar a decisão sobre a data em que a proposta será pautada, assim como voltar a buscar na tarde desta quinta um quadro do tamanho do apoio à medida.
Maia voltou a defender que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência só seja colocada na pauta de votações caso haja garantia dos 308 votos necessários para aprovar a medida.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)