Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - Os deputados Rogério Rosso (PSD-DF) e Rodrigo Maia (DEM-RJ) disputarão o segundo turno da eleição para presidente da Câmara dos Deputados, num resultado em linha com o que desejava o governo do presidente interino Michel Temer.
A segunda rodada de votação colocará frente a frente Rosso, um nome ligado ao chamado centrão e tido como próximo ao ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e Maia, parlamentar da antiga oposição à presidente afastada Dilma Rousseff, que manteve conversas inclusive com o PT para construir sua candidatura.
Maia recebeu 120 votos, enquanto Rosso ficou com 106. O outro candidato apontado como um dos favoritos, Marcelo Castro (PMDB-PI), que não contava com a simpatia do Palácio do Planalto, ficou com 70 votos, em terceiro lugar.
A disputa pela presidência da Câmara teve início nesta quarta-feira com 13 candidatos ao posto, mas como nenhum deles obteve a maioria absoluta dos votos dos presentes no primeiro turno, é necessária uma segunda rodada de votação entre os dois mais votados.
Ainda antes da primeira fase da disputa, ao perceber o crescimento da candidatura de Castro --que até a véspera sustentava apenas uma candidatura avulsa, mas viu suas chances crescerem com o apoio formal da bancada do PMDB--, o Planalto mobilizou-se para desidratar o peemedebista.
O segundo turno de votações deve ser iniciado ainda nesta quarta, após um intervalo para articulações. Enquanto Rosso foi o primeiro candidato a cair nas graças do governo, Maia pode angariar votos daqueles que se sentem desconfortáveis em apoiar um candidato tido como próximo de Cunha.
O Planalto, que oficialmente tem dito que não interfere nas questões do Legislativo, não encara como derrota a possível eleição de Maia, integrante de sua base de sustentação e parlamentar com bom trânsito junto a Temer mesmo quando ambos atuavam em campos políticos opostos.
O vencedor comandará a Câmara até fevereiro do ano que vem e tocará uma pauta repleta de prioridades para o governo, como a proposta de emenda à Constituição (PEC) que limita o crescimento dos gastos públicos e a proposta que trata da renegociação da dívida dos Estados com a União.