Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse esperar que a reforma da Previdência seja votada ainda neste ano ou “no máximo” no início de 2018, e insistiu no discurso também propagado por outros governistas de que a matéria só sairá da pauta após sua votação.
Maia manteve a avaliação de que é “muito difícil” votar a proposta na próxima semana, mas ponderou que ainda há espaço para a conquista de novos votos, seja pela propaganda publicitária do governo, seja pela conversa com cada deputado para sondar o que os impede de votar a favor da reforma.
“Mesmo que a gente não tenha condições de votar nessa semana, é o que estou dizendo para todos os deputados, esse tema só sai da pauta quando ele for votado", disse Maia a jornalistas, referindo-se à próxima semana.
"Eu espero que seja votado ainda neste ano ou no máximo no início do ano que vem”, acrescentou.
Pelo calendário montado pelo governo, a reforma começa a ser discutida no plenário da Câmara na quinta-feira, quando governistas poderão ter uma amostra de como a base deve se comportar. Segundo Maia, a articulação pela aprovação da proposta deve continuar até a segunda-feira à noite, pouco antes da votação, prevista para a manhã de terça-feira.
Maia deixou clara sua posição de que não colocará a matéria em votação se ela não contar com os votos necessários --como se trata de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), ela exige um quórum especial de aprovação, de ao menos 308 votos dentre os 513 deputados, em dois turnos de votação.
O deputado discorda dos que defendem o “tudo ou nada”, colocar a matéria em votação para que seja disputada no voto, no plenário.
“Como esse tema é um tema que se não for votado agora, não vai sair da pauta, não adianta”, disse. “Uma coisa é ir para o tudo ou nada com 315 (votos), outra coisa é ir para o tudo ou nada com 270”, disse.
“A gente não pode errar. Uma coisa é no limite, com 315 votos --o ideal é 320-- outra coisa é com 280... 280 o deputado não vem nem votar”, afirmou.
DEM
Maia disse ainda estar animado com a posição de seu partido, e disse que os números da legenda a favor da reforma são “mehores do que imaginava”.
O presidente da Câmara reconheceu ainda que o fechamento de questão auxilia o deputado a construir seu posicionamento, mas ponderou que esta é uma questão interna da sigla.
O DEM deve se reunir na próxima quinta-feira para definir seu posicionamento sobre a Previdência. Segundo o ministro da Educação, Mendonça Filho, que participou de uma reunião partidária nesta terça-feira, a reforma conta com a adesão de cerca de 90 por cento da bancada.