BRASÍLIA (Reuters) - Mais de duas mil pessoas, segundo cálculos da Polícia Militar, se concentravam em frente ao Palácio do Planalto nesta quarta-feira para manifestar contra a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil, e pediam a renúncia da presidente Dilma Rousseff.
Manifestações também ocorriam na avenida Paulista, em São Paulo, e em frente ao prédio da Justiça Federal em Curitiba. Também há relatos de manifestações em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro.
Em Brasília, os manifestantes carregavam cartazes contra o PT, em favor do juiz Sérgio Moro, que concentra os processos da operação Lava Jato, e defendendo a prisão de Lula.
"Eu estou aqui pelo futuro dos meus filhos, netos e bisnetos. A Dilma tem que sair. Ela é Lula. Basta", disse a aposentada Vera Carneiro, de 75 anos, em Brasília.
Na Avenida Paulista, onde 1,4 milhão de pessoas, segundo a polícia, protestaram contra o governo no domingo, manifestantes voltaram a se reunir nesta quarta, causando transtornos no trânsito e no metrô.
Foram ouvidos ainda panelaços em bairros diferentes de São Paulo.
Na Câmara dos Deputados, parlamentares pediram aos gritos a renúncia da presidente Dilma.
O ex-presidente Lula foi nomeado ministro da Casa Civil nesta quarta-feira, em uma tentativa de evitar o impeachment da presidente e buscar reanimar a economia, mas a oposição já disse que irá recorrer contra a nomeação.
No domingo, milhões de pessoas foram às ruas do país contra o governo da presidente Dilma.
(Por Alonso Soto, com reportagem adicional de Erick Noin)