SÃO PAULO (Reuters) - O ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht relatou a procuradores da operação Lava Jato que o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, eram responsáveis por cobrar doações para a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014, de acordo com reportagem do jornal Folha de S.Paulo na edição deste domingo.
A publicação traz que o empreiteiro disse que ele, Coutinho e Mantega dividiam a tarefa de obter o compromisso de doações entre empresários que tinham financiamento do BNDES para projetos no exterior. As declarações são uma tentativa de fechar acordo de colaboração com o qual consequiria benefícios, como redução de pena, diz o jornal.
Procurados pela reportagem da Folha, o presidente do BNDES e o ex-ministro da Fazenda afirmaram que "nunca" trataram de doações para campanhas eleitorais.
Coutinho disse em nota que "este tema (as doações) jamais foi abordado durante qualquer contato com executivos da Odebrecht ou de qualquer empresa", enquanto Mantega, por meio de seu advogado, afirmou que "jamais tratou de assunto de campanha de quem quer que seja" e que "rechaça essa insinuação.