SÃO PAULO (Reuters) - O efeito de juros mais altos e da desvalorização do real sobre a dívida fizeram a administradora de shopping centers BR Malls (SA:BRML3) ter prejuízo líquido de 219,4 milhões de reais no terceiro trimestre, num desempenho muito pior que o resultado também negativo de 8,1 milhões de reais um ano antes.
Segundo a companhia, sua receita líquida de 354,8 milhões de reais, alta de 5,6 por cento em relação ao mesmo período no ano anterior, informou nesta terça-feira.
O resultado operacional da BR Malls medido pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização, na sigla em inglës) somou 278,8 milhões de reais, alta de 4,2 por cento no comparativo anual.
Em termos ajustados, o Ebitda foi de 281,6 milhões de reais, um aumento de 6,8 por cento. A previsão de analistas era de Ebitda ajustado 272,3 milhões de reais. A margem Ebitda subiu 0,9 ponto percentual, para 79,4 por cento.
No entanto, o resultado financeiro foi negativo em 414,6 milhões de reais, 135,4 por cento maior do que um ano antes, acompanhando o salto nas despesas com juros e o efeito não caixa da apreciação do dólar sobre a dívida e moeda estrangeira.
Segundo a BR Malls, não fosse esse evento extraordinário, ela teria tido um lucro de 95,2 milhões de reais, ainda assim uma queda de 14,6 por cento ante um ano antes.
A empresa teve de julho a setembro uma taxa de inadimplência líquida de 2,6 por cento, mais que o dobro dos 1,1 por cento de um ano antes. E os pagamentos em atraso subiram de 3,5 para 6,5 por cento, também na comparação anual.
A companhia havia informado há duas semanas que suas vendas totais somaram 5,126 bilhões de reais no trimestre, ante 5,03 bilhões de reais um ano antes, excluindo o efeito de vendas de participação. As vendas mesmas lojas no período subiram 2,3 por cento ano a ano.
(Aluísio Alves)