O candidato do MDB à Presidência da República, Henrique Meirelles, defendeu hoje (29) a simplificação tributária e a expansão das cooperativas financeiras e fintechs de crédito.
Essas e outras propostas foram apresentadas durante um encontro promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Conselho do Agro, que reúne as entidades do setor agropecuário.
Segundo Meirelles, o número de bancos que ofertam crédito ao setor é muito restrito e precisa ser expandido, não apenas para aumentar o crédito, mas garantir maior competitividade. Ele defende a expansão das cooperativas e fintechs, que são empresas de crédito digitais e de custo baixo.
“Nós institucionalizamos as cooperativas de crédito e hoje elas são ponto importante de competição […]. Vamos regulamentar isso [as fintechs] e criar condições para elas serem usadas pelas cooperativas e terem uma expansão de crédito substancial para o setor rural brasileiro”, disse Meirelles.
Para o candidato do MDB, o seguro rural precisa ser ampliado, tanto da produção como do faturamento do produtor rural. O problema, para ele, é o custo desse seguro e a capacidade do governo federal de bancar uma parte desse risco. Por isso, Meirelles defendeu a continuidade das reformas estruturantes, principalmente a reforma da Previdência, para a redução de despesas da União.
“Se não fizermos as reformas, não poderemos pagar mais nada, não há investimento em setores fundamentais, porque vai se pagar a aposentadoria com 100% do orçamento”, disse.
Incorporar tecnologias, agregar valor e tornar o setor mais competitivo é fundamental para a expansão do comércio internacional, segundo o candidato à presidência. Ele defende a abertura de mercados e a promoção comercial do Brasil em países como China e Reino Unido.
“Temos condições de sermos mais competitivos, com uma integração de diversas políticas e usando a vantagem do setor agrícola e pecuário. No Brasil temos terra, tecnologia, agricultores e temos condições de ser cada vez mais o celeiro do mundo”, ressaltou.
Para reduzir a complexidade tributária no país, o candidato defendeu um projeto de simplificação, com o uso da tecnologia e digitalização, que vai reduzir o gasto das empresas com burocracia de 2,6 mil horas por ano para 200 horas por ano. Meirelles também pretende criar um Imposto sobre Valor Agregado (IVA), com alocação para os diversos setores, e se comprometeu a não tributar as exportações.
Uma das prioridades do governo de Henrique Meirelles, caso seja eleito, será a finalização da BR–163, importante para o escoamento da produção do Centro-Oeste, e a integração dos modais, garantindo alternativas para a exportação de grãos, como a hidrovia Tocantins-Araguaia.
“É um compromisso investir em hidrovias, ferrovias e atrair investimentos de capital externo para a infraestrutura”, disse invocando sua experiência e articulação como ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central.
Reforma agrária e desmatamento
Ao ser questionado sobre a reforma agrária, o candidato defendeu o direito individual e a propriedade privada e disse que tem projetos para a resolução da questão.
“A regularização fundiária e segurança jurídica são fundamentais para a produção. E o que impede é a burocracia e uma certa oposição ideológica dentro das estruturas normativas. Precisamos de um modelo de gestão mais eficiente e fazer um programa em massa de regularização fundiária”, disse.
Para compensar áreas desmatadas na Amazônia, Meirelles defende um programa de reflorestamento da Mata Atlântica, que não tem demanda para produção de alimentos.
Segurança pública
Na área da segurança pública, o emedebista quer ampliar o uso da tecnologia e inteligência, integrando informações e garantindo uma intervenção rápida das equipes de segurança, em especial na fronteira e também no combate a grupos criminosos que atuam no campo. “O governo tem o dever de garantir a defesa do cidadão”, disse, sendo contrário ao porte de arma para a população, mesmo na área rural.
Meirelles também recebeu o documento O Futuro é Agro 2018-2030, elaborado pelas entidades que integram o Conselho do Agro, com sugestões para a agenda do setor nos próximos anos. A apresentação de Alckmin, na sede da CNA em Brasília, foi acompanhada por lideranças do agronegócio e autoridades.
O candidato Geraldo Alckmin (PSDB) também participou do evento na manhã de hoje. Estão confirmadas ainda as presenças dos candidatos Álvaro Dias (Podemos) e Marina Silva (Rede) nesta tarde.