BERLIM (Reuters) - A chanceler alemã, Angela Merkel, rejeitou neste domingo apelos por metas mais ambiciosas de proteção ao clima por parte dos países europeus, mesmo reconhecendo que a proliferação de eventos climáticos extremos em todo o mundo fornece amplas evidências de que a mudança climática é uma realidade.
Temperaturas extremas em todo o hemisfério norte neste verão impulsionaram as preocupações de que a mudança climática está acelerando, levando dezenas de países a pedir que as emissões de gases do efeito estufa sejam cortadas em um ritmo mais rápido do que o planejado.
Mas Merkel disse que esses pedidos por cortes mais rápidos nas prejudiciais emissões de dióxido de carbono, sendo o mais recente do chefe da Comissão Europeia para o clima, Miguel Arias Canete, seriam contraproducentes, acrescentando que estabelecer novos objetivos fazia pouco sentido quando os países europeus já estavam lutando para atingir suas metas de cortes.
"Eu não estou particularmente feliz com essas novas propostas", disse ela sobre o pedido de Canete para aumentar de 40 para 45 por cento a escala de cortes visados até 2030. "Acho que devemos nos ater primeiro aos objetivos que já definimos. Não acho que estabelecer novos objetivos permanentemente faça sentido."
O governo de Merkel já enfrentou críticas por ter abandonado as metas de emissões que havia estabelecido para 2020 depois de concluir que elas eram inatingíveis, ao mesmo tempo em que se atém ao objetivo que havia estabelecido para uma década depois.
As temperaturas sufocantes deste verão em toda a Europa reacenderam o debate sobre o clima, com temperaturas recordes em todo o continente causando derretimento do gelo marinho no Ártico e provocando incêndios florestais em todo o continente.
"Um verão não a expressa por si só, mas o acúmulo de condições climáticas extremas e o aumento das temperaturas mostram que a mudança climática não está apenas na África, no Ártico e na Antártida, mas aqui também", disse Merkel.
(Reportagem de Thomas Escritt)