Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Apesar da presença de militares e da intervenção por tempo indeterminado, os tiroteios recomeçaram neste sábado na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, que vive um clima de guerra desde o último fim de semana.
Os confrontos foram registrados de madrugada, pela manhã e à tarde assustando moradores do bairro de São Conrado.
O comércio na comunidade está funcionando parcialmente e unidades de saúde estão fechadas. O fluxo de carros na Rocinha está prejudicado e vários acessos e saídas estão patrulhados por militares que usam blindados e veículos pesados.
A suspeita é que o traficante Rogério 157, responsável pela invasão à Rocinha que levou a um estado de caos na comunidade, esteja escondido numa área de mata da favela.
"A gente acredita que ele ainda esteja por lá na Rocinha e há boatos de que tentou fugir ou está ferido. Nada está confirmado", disse a jornalistas o secretário de Segurança do Estado, Roberto Sá.
A polícia aprendeu em operações de madrugada na cidade, inclusive próximas à Rocinha, 16 fuzis. Seis criminosos foram presos.
A recompensa para quem der informações precisas sobre Rogério 157 subiu de 30 mil para 50 mil reais, segundo o serviço de disque denúncia.
MADRUGADA
O confronto que ocorreu na madrugada assustou moradores da comunidade e do bairro de São Conrado, localizado numa parte nobre da cidade.
“O tiroteio foi muito intenso. Ninguém dormiu tranqüilo“, disse à Reuters uma moradora da região.
Por conta do tiroteio, uma autoestrada e um túnel próximos à Rocinha precisaram ser fechados pelas forças de segurança.
Na madrugada, também houve tiroteio entre policiais e traficantes no morro Dona Marta, em Botafogo, na zona sul da cidade.
O clima entre os cariocas é de medo e apreensão e muita gente evita sair de casa. O trânsito na cidade está atípico e sem congestionamentos.
Os confrontos ocorrem quando a cidade recebe o Rock in Rio, evento que atrai muitos turistas e conta com a presença de diversas bandas do Brasil e do exterior.