(Reuters) - Milhares de manifestantes anti-governo protestaram na capital do Níger neste domingo contra o que denunciam ser irregularidades na lista de eleitores para as eleições presidenciais do começo de 2016.
Os manifestantes carregaram faixas com os dizeres "O povo clama por eleições limpas" e "Não à ditadura" e pediram auditoria completa no processo de registro eleitoral.
O Níger, pobre país produtor de urânio localizado na região do Sahel no Oeste Africano, vai realizar eleições presidenciais em fevereiro, e o atual presidente Mahamadou Issoufou é o favorito para ganhar um novo mandato de cinco anos.
Issoufou, grande aliado do Ocidente contr a os grupos radicais islamitas, tem boas chances contra uma oposição que anda enfraquecida. Seu partido, o PNDS, prevê uma vitória em apenas um turno.
Isso mesmo com o governo atual sendo incapaz de garantir segurança a regiões como Diffa, onde militantes do grupo radical Nígeriano Boko Haram vêm aumentando seus ataques além-fronteira nos últimos meses, forçando as autoridades a declararem estado de emergência.
Partidos de oposição têm constantemente criticado os preparativos para as eleições, alegando que milhares de pessoas foram excluídas de um censo nacional e denunciando atrasos no processo de registro dos eleitores.
O ministro do interior do Níger Hassoumi Massaoudou já havia defendido a elaboração das listas e acusado a oposição de tentar atrasar o calendário eleitoral, em desobediência à Constituição.
"Issoufou nunca planejou organizar eleições com credibilidade com um registro eleitoral digno de confiança", disse o líder da oposição Seyni Oumarou, em encontro com grupos políticos e líderes da sociedade civil que ocorreu imediatamente após a manifestação.
Os organizadores estimaram ter de 20 a 25 mil pessoas no protesto, enquanto policiais se recusaram a comentar. A marcha organizada para o último fim de semana fora suspensa pelas autoridades.
(por Abodulaye Massalaki)