SÃO PAULO/BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, entregou nesta quarta-feira sua carta de demissão, um dia depois de seu partido, o PP, anunciar que está deixando o governo da presidente Dilma Rousseff, disseram uma fonte ligada ao ministro e duas do Palácio do Planalto.
Segundo a primeira fonte, Occhi entregou a carta ao ministro Jaques Wagner, chefe do gabinete pessoal da presidente, pois Dilma estava dando entrevista a jornalistas no momento em que o ministro foi entregar o documento.
A fonte, que falou sob condição de anonimato pois o Palácio do Planalto ainda não se posicionou sobre o pedido de demissão, disse que a decisão de Occhi foi tomada por conta da decisão de seu partido e atendendo a um pedido do presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI). O ministro havia sido indicado ao cargo pela legenda.
Duas fontes do Palácio do Planalto também confirmaram à Reuters que Occhi entregou sua carta de demissão.
Na véspera, o PP anunciou que estava deixando o governo Dilma e entregando os cargos que tem na administração federal, depois de a bancada do partido na Câmara dos Deputados decidir encaminhar voto favorável à abertura de processo de impeachment contra Dilma quando o plenário da Casa votar o tema no domingo.
O PP era cortejado pelo Palácio do Planalto em busca de votos para barrar o impeachment, especialmente depois de o PMDB, que era o maior partido da coalizão governista, romper com o governo.
O partido tem 47 deputados e seis senadores.
(Reportagem de Eduardo Simões e Lisandra Paraguassu)