(Reuters) - O ministro da Saúde, Marcelo Castro, pediu exoneração do cargo e vai retomar o mandato de deputado federal nesta quarta-feira, dia da escolha do líder do PMDB, seu partido, na Câmara dos Deputados, em meio a uma disputa entre o Palácio do Planalto e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A exoneração de Castro, que ocorre num momento em que o país enfrenta um surto do Zika vírus, foi publicada no Diário Oficial da União nesta quarta.
O retorno do deputado ao Congresso tem como objetivo ajudar seu aliado Leonardo Picciani (RJ), que o indicou para ocupar o Ministério da Saúde, a manter a liderança do PMDB na Câmara na acirrada briga com Hugo Motta (PB).
Picciani tem o apoio do Palácio do Planalto na disputa interna do PMDB, enquanto Motta é apoiado por Cunha, que rompeu com o governo da presidente Dilma Rousseff.
A disputa pela liderança da maior bancada da Câmara ocorrerá nesta quarta-feira, por voto secreto.
A divisão na bancada do PMDB ficou escancarada quando Picciani indicou, no fim do ano passado, nomes favoráveis ao governo para compor uma comissão que analisará abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Depois disso, os deputados chegaram a destituir Picciani da liderança do partido na Câmara, mas ele retomou o cargo oito dias depois para encerrar o atual período na liderança.
Com a exoneração de Castro, Dilma nomeou José Agenor Álvares da Silva, atual secretário-executivo da pasta, para exercer, interinamente, o cargo de ministro da Saúde.
A expectativa é que Castro reassuma o cargo de ministro depois da eleição interna do PMDB. Na agenda da presidente, divulgada na véspera, aparece uma reunião de Dilma com Castro, como ministro da Saúde, às 18:00 desta quarta-feira.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)