BRASÍLIA (Reuters) - O deputado Pedro Fernandes (PTB-MA) deve ser o novo ministro do Trabalho, no lugar de Ronaldo Nogueira, também do PTB, que pediu demissão do cargo nesta quarta-feira, afirmou o líder do partido na Câmara, Jovair Arantes (PTB-GO).
O Palácio do Planalto informou o pedido de demissão de Nogueira, mas não explicou a razão. Segundo o líder, Nogueira pediu demissão por motivos de foro íntimo, enquanto o novo ministro assumirá a pasta com apoio tanto da bancada quanto do presidente Michel Temer.
“Vamos trocar um camisa dez por outro camisa dez e meio, com apoio total da bancada e do presidente da República”, disse Jovair.
O líder explicou que Nogueira tinha intenção de se manter no posto até agosto deste ano, e, a pedidos, manteve-se à frente do ministério até dezembro. Segundo Jovair, Nogueira tem intenção de disputar as eleições de outubro de 2018, e teria assumido um compromisso pessoal com a família para o início do ano, razão pela qual não esperou até abril, quando vence o prazo para desincompatibilização.
Em carta divulgada pela assessoria do ministério, Nogueira diz ter o sentimento do “dever cumprido” por ter alcançado a meta de “modernizar as relações de trabalho no Brasil”.
“Como decidi que apresentarei meu nome à elevada apreciação do povo gaúcho nas eleições do ano que vem, e de forma coerente com aquilo que sempre preguei, venho por meio desta pedir minha exoneração do cargo de Ministro de Estado do Trabalho”, diz a carta.
“Volto à Câmara dos Deputados, de onde continuarei a defender de forma aguerrida as reformas que modernizem a sociedade brasileira.”
O pedido de demissão de Nogueira coincide com a divulgação, nesta quarta-feira, de que o Brasil perdeu 12.292 vagas formais de emprego em novembro, período em que os efeitos da reforma trabalhista já estavam em vigor, quebrando uma série de sete resultados positivos, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
(Reportagem de Maria Carolina Marcello e Leonardo Goy)