SÃO PAULO (Reuters) - O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, colocou sob sigilo nesta quarta-feira o processo em que foi anexada uma lista que apontaria pagamentos da Odebrecht a políticos e determinou que o Ministério Público Federal (MPF) se manifeste sobre a possibilidade de enviar esses documentos ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Em seu despacho, Moro afirmou que a lista, apreendida pela Polícia Federal na casa de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura, "aparentemente" aponta pagamentos feitos pela empreiteira a agentes políticos.
O documento havia sido anexado ao processo referente à 23ª fase da Lava Jato, na qual foram presos o marqueteiro João Santana e sua mulher Mônica Moura.
"Prematura conclusão quanto à natureza desses pagamentos. Não se trata de apreensão no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht e o referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente, diversas doações eleitorais registradas nos últimos anos", escreveu Moro na decisão.
Como a lista cita autoridades com prerrogativa de foro junto ao Supremo, Moro pediu que o MPF se manifeste com urgência sobre o envio desses autos ao STF.
De acordo com veículos de imprensa que tiveram acesso à lista antes de ela se tornar sigilosa, o documento cita mais de 200 políticos de 18 partidos. Entre os citados, ainda de acordo com a mídia, estão o chefe do gabinete pessoal da presidente Dilma Rousseff, Jaques Wagner; o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG); e os presidentes da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
(Por Eduardo Simões)