RIO DE JANEIRO (Reuters) - O juiz da Lava Jato em Curitiba, Sérgio Moro, defendeu nessa sexta feira que as empresas poderiam pagar prêmios a funcionários para estimularem a denúncia de casos de desvio de conduta e corrupção. Segundo ele, já há algumas iniciativas nesse caminho no exterior e a medida poderia ser adotada aqui no Brasil
"Poderia ser uma compensação financeira mesmo que módica", disse ele em evento na sede da Petrobras (SA:PETR4) sobre compliance.
Em tom de recado às empresas e à própria estatal, cujo presidente Pedro Parente estava na platéia, Moro sugeriu ainda alguns instrumentos que podem ajudar as companhias a evitar novos casos de corrupção.
Segundo ele, as empresas deveriam fazer sindicâncias patrimoniais de funcionários, especialmente diretores; uso exclusivo de emails corporativos para conversas sobre negócios; conhecimento mais profundo de fornecedores e dos fornecedores dos fornecedores e outras práticas.
O presidente da Petrobras, em um aparte no evento, revelou algumas medidas anticorrupção que estão em fase de implementação. Entre elas, o acompanhamento patrimonial de membros da diretoria executiva e do Conselho de Administração, além de uma acompanhamento em tempo real de emails de funcionários com o uso de palavras-chave.
"Passos estão sendo dados... vamos avaliar todas as sugestões", disse Parente. "Sobre a premiação tem a sua polêmica mas entendi perfeitamente suas alegações, que visam tirar aquele que conhece o malfeito da zona de conforto... vamos estudar a medida", acrescentou.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)