O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), voltou a pedir na noite desta quarta-feira, 16, o rompimento do contrato do governo federal com a Enel (BIT:ENEI). Ele disse que a Prefeitura tem atuado na remoção de árvores caídas e conserto de semáforos, mas ponderou que o apagão causado pela chuva de sexta-feira, 11, não é um problema municipal.
"A Prefeitura, obviamente, sempre tem que estar melhorando os seus serviços, mas o problema que nós temos é a empresa que tem a concessão do governo federal para explorar a energia na cidade de São Paulo. Tanto é que o problema não é só aqui. [Atinge] vários outros municípios, como Diadema", afirmou o candidato à reeleição em entrevista ao SPTV 2, da Rede Globo.
O prefeito disse ainda que, desde o ano passado, vem pedindo que o Ministério de Minas e Energia, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Tribunal de Contas da União (TCU) atuassem no sentido de rescindir o contrato com a Enel. Após o entrevistador ponderar que a atuação não resolveu o problema, Nunes respondeu: "Não conseguiu porque é uma empresa ruim. Por isso a gente precisa trocar a empresa. Não tem como ela ficar aqui".
Após o apagão, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) passou a apostar as fichas de sua campanha nos danos provocados e no desgaste do prefeito, acusando Nunes de se omitir da responsabilidade por manter a ordem urbana, com ações como poda de árvores e retirada das que caíram após a chuva.
Segundo o chefe do Executivo paulistano, na noite desta quarta-feira, cinco dias depois da tempestade, ainda há 19 árvores que aguardam a Enel desligar a energia para serem removidas das ruas e quatro semáforos defeituosos, número que ele argumenta que é "o normal no dia a dia".
Nunes também não se comprometeu a manter a tarifa de ônibus congelada em R$ 4,40, como ocorreu durante os três anos de sua gestão. "Vamos pegar o estudo no final do ano e tomar uma decisão técnica. Não vou ser irresponsável", declarou o prefeito.