Por Brian Homewood
LAUSANNE (Reuters) - O presidente do comitê organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, minimizou nesta terça-feira reclamações sobre falta de energia e outros problemas vindos à tona durante um evento-teste para a Olimpíada, e também minimizou as preocupações com o impacto da crise política no Brasil.
A Associação de Federações Internacionais da Olimpíada de Verão (Asoif, na sigla em inglês) foi informada nesta terça que o evento de ginástica que acontece esta semana no Rio como parte de uma série de testes para os Jogos sofreu uma falha no fornecimento de energia, problemas com o sistema de pontuação e baixa luminosidade durante apresentações de atletas.
Ron Froehlich, da Federação Internacional de Ginástica, afirmou a uma assembleia da Asoif que as interrupções de eletricidade podem ser "uma questão séria" e também se queixou da falta de iluminação suficiente em locais de competição e treinamento, que ele atribuiu a problemas de financiamento.
Mas Nuzman, ao falar à assembleia, disse: "Os eventos-teste existem para se detectar problemas mencionados pelos atletas e pelas federações".
Nuzman também procurou apaziguar os temores com a situação política no Brasil, depois que a presidente Dilma Rousseff foi derrotada no domingo em votação na Câmara dos Deputados sobre a abertura de um processo de impeachment e pode ser afastada do cargo antes do início da Rio 2016, em 5 de agosto.
A crise praticamente paralisou o governo, que luta para tirar a economia de sua pior recessão em décadas, o que desperta dúvidas sobre a capacidade do Brasil para concluir os preparativos finais do evento esportivo a tempo.
"Até hoje não temos nenhum envolvimento e nenhum problema com nenhuma das situações políticas ou econômicas no país", garantiu Nuzman, que também preside o Comitê Olímpico do Brasil (COB). "Não estamos envolvidos nisso e os Jogos irão acontecer normalmente, como foi até hoje. Não esperamos nenhum problema para realizar os Jogos".
O Brasil conquistou o direito de sediar a Olimpíada em 2009, quando desfrutava de um período de crescimento econômico e estabilidade política que contrasta com o atual momento.