Promoção de Cyber Monday: Até 60% de desconto no InvestingProGARANTA JÁ SUA OFERTA

'O 01 sabe disso?, questionou militar sobre carta golpista; 'sabe', respondeu Mauro Cid

Publicado 26.11.2024, 18:57
© Reuters.  \'O 01 sabe disso?, questionou militar sobre carta golpista; \'sabe\', respondeu Mauro Cid

A Polícia Federal afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha "conhecimento e anuência" sobre a confecção e disseminação de uma carta com teor golpista assinada por oficiais do Exército. A carta seria "uma estratégia para incitar os militares e pressionar o Comando do Exército a aderir a ruptura institucional".

A informação surgiu a partir de um diálogo entre o tenente-coronel do Exército Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, no dia 26 de novembro de 2022, quando os militares ainda ajustavam o teor e a forma de divulgação da carta golpista.

"01 sabe disso?", questionou Cavaliere. 'Sabe', respondeu Mauro Cid.

O inquérito da Operação Contragolpe culminou no indiciamento de Bolsonaro e mais 36 investigados por golpe de Estado, abolição violenta do Estado de Direito e organização criminosa. Nesta terça, 26, o ministro Alexandre de Moraes enviou os autos para a Procuradoria-Geral da República.

Segundo a PF, os elementos de prova demonstram que os militares, com formação em Forças Especiais do Exército, reuniram-se no dia 28 de novembro de 2022, em Brasília, "com a finalidade de planejar e executar ações voltadas a incitar as Forças Armadas, recrudescer as manifestações que aconteciam em frente às instalações militares e pressionar o então comandante do Exército, general Freire Gomes e o Alto Comando, a aderirem ao Golpe de Estado".

"Os integrantes da organização criminosa buscavam obter o suporte do braço armado do Estado para que o então presidente da República assinasse o decreto golpista, mantendo-se no poder, sem oposição dos poderes constituídos, especialmente do poder Judiciário", assinala a PF no relatório final do inquérito da Operação Contragolpe, documento de 884 páginas.

A carta do golpe circulou nos quartéis sob o título 'carta dos oficiais superiores ao comandante do Exército brasileiro'. Em outra frente os investigados atuaram para pressionar o então comandante militar do Nordeste, o então comandante militar do Sudeste, e o então comandante do Estado Maior do Exército.

A execução das ações foi definida em uma reunião no dia 28 de novembro de 2022 com coronéis.

"Os investigados, ao concluírem a reunião, estabeleceram as ações que deveriam adotar (ideias-força), especialmente no campo informacional com o fim de estabelecer uma relação de confiança entre o então comandante do Exército e o presidente Jair Bolsonaro, para garantir o êxito das ações que subverteriam o Estado Democrático de Direito", aponta o relatório da PF.

Segundo o documento, os alvos da investigação "identificaram a necessidade de neutralizar o ministro Alexandre de Moraes, considerando o 'ponto de gravidade', a resistência, que poderia impedir a consumação do intento golpista".

Em agosto, o Exército concluiu o inquérito sobre a carta, apontando os autores do documento. Foi verificada a participação de 12 coronéis, nove tenentes-coronéis, um major, três tenentes e um sargento na carta. Os responsáveis pela redação são os coroneis Alexandre Castilho Bitencourt da Silva e Anderson Lima de Moura Carlos Giovani Delevati Pasini e José Otávio Machado Rezo Cardoso. Outros 11 militares, mesmo com o nome na carta, deram explicações consideradas suficientes por seus superiores e, por isso, não sofreram nenhuma punição.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.