Por Roberta Rampton e Sarah Young
LONDRES (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um apelo fervoroso nesta sexta-feira para que a Grã-Bretanha continue na União Europeia, dizendo que a filiação amplificou a presença britânica no globo e tornou o bloco mais forte e mais aberto ao exterior.
Preocupado que uma saída britânica enfraqueça o Ocidente, Obama chegou a Londres para defender a permanência do país na UE, e afirmou que a adesão britânica tem ajudado a tornar o mundo mais livre, rico e capaz de lidar com questões que vão da agressão da Rússia ao terrorismo.
Louvando a influência "de grande porte" da Grã-Bretanha no planeta, Obama invocou a história interligada dos dois países e as dezenas de milhares de norte-americanos jazendo em túmulos de guerra na Europa como razão para falar "como amigo" sobre o referendo de 23 de junho.
"A União Europeia não modera a influência britânica – ela a amplifica", escreveu ele em um artigo na página 20 do jornal Daily Telegraph com o título "Como seu amigo, eu lhes digo que a UE torna a Grã-Bretanha ainda maior".
"Os Estados Unidos veem como sua voz poderosa na Europa faz com que a Europa adote uma postura firme no mundo, e mantém a UE aberta, acolhedora e estreitamente ligada a seus aliados do outro lado do Atlântico".
Obama deve se encontrar nesta sexta-feira com funcionários e familiares da embaixada dos EUA antes de um almoço no castelo de Windsor com a rainha Elizabeth, que comemorou seu 90º aniversário na quinta-feira, e com seu marido, o príncipe Philip.
Os defensores da permanência britânica na UE, incluindo o primeiro-ministro, David Cameron, que lidera a campanha do "fica", irão aplaudir a intervenção de Obama, que dominou as manchetes do noticiário da televisão do país.
Mas os comentários do presidente também despertaram o repúdio dos opositores da filiação britânica ao bloco.
Nascido em Nova York, o prefeito de Londres, Boris Johnson, que encabeça a campanha do "sai", escreveu no jornal Sun que não quer sermões de norte-americanos sobre a filiação à UE e que os EUA jamais concordariam com tal interferência.
"Os Estados Unidos nos dizerem na Grã-Bretanha que precisamos ceder o controle de tanto de nossa democracia é um exemplo arrebatador do princípio do 'faça o que eu digo, não faça o que eu faço''", afirmou.