Por Jeff Mason
WASHINGTON (Reuters) - No discurso de junho de 2008 no qual reconheceu a derrota na disputa pela indicação do Partido Democrata para disputar a Presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton prometeu fazer tudo que pudesse para levar Barack Obama à Casa Branca. Nesta terça-feira, ele irá devolver o favor.
Depois de meses esperando nos bastidores enquanto sua ex-secretária de Estado competia com o senador Bernie Sanders para se tornar a indicada da legenda para a eleição de novembro, o presidente agora sairá em campanha para fazer o que deve ser a primeira de muitas viagens para estimular os eleitores a transformar sua outrora rival em sua sucessora.
Obama declarou seu apoio a Hillary no mês passado com um vídeo contundente no qual afirmou que ninguém tem mais qualificação do que ela para o posto. Mas uma aparição conjunta marcada para pouco depois foi adiada devido ao massacre em uma boate gay de Orlando, na Flórida.
"Eu vi seu discernimento, eu vi sua dureza, eu vi seu comprometimento com nossos valores de perto", disse Obama no vídeo. "Estou com ela. Estou empolgado, e mal posso esperar para sair em campanha para Hillary".
Ele começará na Carolina do Norte, Estado em que venceu na eleição de 2008, perdeu por pouco em 2012 e que Hillary quer reconquistar para os democratas em 2016.
A primeira participação de Obama em campanha com a ex-primeira-dama irá fechar uma espécie de ciclo de uma relação que começou cordialmente quando ambos eram colegas no Senado, ficou tensa durante a corrida presidencial de 2008 e se estreitou durante o governo de Obama, no qual ela atuou como sua principal diplomata.
"(Ele) aprendeu a dar valor à dureza dela sob pressão e ao seu comprometimento com uma série de valores que o presidente compartilha... estes valores são a razão principal para o presidente acreditar que ela é a melhor pessoa para sucedê-lo", disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, na sexta-feira.
O foco de Obama na força do caráter de Hillary tem por objetivo angariar o apoio dos eleitores que não a consideram confiável, uma fraqueza que o provável candidato presidencial republicano Donald Trump tem procurado explorar.
Hillary também precisa de Obama para atrair o eleitorado jovem e de inclinação esquerdista que apoiou Sanders e representou parte da coalizão de eleitores do presidente em 2008 e 2012.