(Reuters) - A maioria dos governos da América Latina apoiou a convocação do líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, para reunir esforços para encerrar o governo do presidente Nicolás Maduro, liderados pela OEA e pelo Grupo de Lima, enquanto o México reiterou a necessidade de buscar uma solução pacífica para a crise.
Guaidó, que à frente da Assembleia Nacional se autoproclamou presidente interino em janeiro e recebeu o apoio de dezenas de governos de outras nações, convocou militares e civis a buscar "o fim definitivo" do governo, próximo a uma base aérea em que estava cercada por soldados, políticos e manifestantes.
"Saudamos a adesão de militares à Constituição e ao presidente encarregado da #Venezuela, @jguaido. É necessário o mais pleno respaldo ao processo de transição democrática de forma pacifica. #OEAconVzla", disse em um tuíte o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luiz Almagro.
Os países que integram o chamado Grupo de Lima, que apoiam Guaidó e defendem a saída de Maduro, se alihnaram à nova tentativa do opositor.
O presidente da Colômbia, Iván Duque, pediu ao povo e aos militares da Venezuela que se unissem a Guaidó em busca da liberdade e da reconstrução do país pressionando a saída de Maduro.
"Fazemos um apelo aos militares e ao povo da Venezuela para que se posicionem do lado correto da história, recusando a ditadura e a usurpação de Maduro", escreveu Duque em sua conta no Twitter.
No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro tuitou mais de uma vez para demonstrar solidariedade com a oposição venezuelana.
"O Brasil está ao lado do povo da Venezuela, do presidente Juan Guaidó e da liberdade dos venezuelanos", escreveu o presidente no Twitter.
APOIO A MADURO
As exceções ao amplo apoio às ações de Guaidó vieram novamente dos governos de Cuba, Bolívia e México. Enquanto os dois primeiros se alinharam com Maduro, o terceiro disse temer uma "possível escalada de violência e derramamento de sangue".
O Ministério das Relações Exteriores do México informou que está consultando 16 países do chamado "Mecanismo de Montevidéu" --que inclui o Uruguai e várias nações centro-americanas-- para "encontrar um caminho comum" para a situação na Venezuela.
O governo interino da Espanha também pediu para se evitar um "derramamento de sangue" na Venezuela e apoiou "um processo democrático pacífico... para a eleição de um novo presidente".
Já o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, pediu em um tuíte que o exército venezuelano "permaneça unido à Assembleia Nacional e às instituições legítimas contra a usurpação da democracia".
(Reportagem de Luis Jaime Acosta em Bogotá, Fabián Cambero em Santiago, Marco Aquino no Peru, Diego Oré na Ciudad do México e Nicolás Misculín em Buenos Aires)