Rio de Janeiro, 28 out (EFE).- ONGs de âmbito internacional consideraram que a vitória do ultradireitista Jair Bolsonaro (PSL), eleito neste domingo como novo presidente do Brasil, representa um risco para as minorias do país.
Por isso exigiram que Bolsonaro proteja e respeite os direitos fundamentais.
Nas eleições mais polêmicas e polarizadas dos últimos anos no Brasil, Bolsonaro venceu com 55,13% dos votos, contra Fernando Haddad (PT), quem obteve 44,87%.
Anistia Internacional (AI), Human Right Watch (HRW) e Greenpeace se pronunciaram neste domingo após conhecer o resultado do segundo turno das eleições brasileiras.
Anunciaram, além disso, supervisão constante a favor da proteção e do respeito dos direitos fundamentais e à preservação do meio ambiente.
Para a AI, a eleição de Bolsonaro, conhecido pelas suas manifestações de tom machista, homofóbico e racista, "representa um enorme risco para os povos indígenas e quilombolas, comunidades rurais tradicionais, pessoas LGBTI, jovens negros, mulheres, ativistas e organizações da sociedade civil, se sua retórica se transformar em política pública", segundo Erika Guevara-Rosas, diretora desta ONG para as Américas.
Os temores da AI foram ratificados pela HRW, que descreveu Bolsonaro como "um parlamentar que defendeu a tortura e falou de forma ofensiva sobre minorias", razões pelas quais a ONG anunciou supervisão constante de sua gestão.
"A Human Rights Watch vai acompanhar de perto a retórica e as ações do governo de Bolsonaro", afirmou José Miguel Vivanco, diretor para as Américas, em declarações citadas em uma nota divulgada após os resultados do pleito serem divulgados.
Nesse sentido, a ONG fez um apelo para que tanto o Poder Judiciário como outras instituições democráticas resistam "a qualquer tentativa do governo de Jair Bolsonaro de debilitar os direitos humanos, o estado de direito e a democracia".
O diretor de Campanhas do Greenpeace Brasil, Nilo D'Ávila, lembrou ao governante eleito dos brasileiros que "a natureza não pode ser vista como um mero recurso econômico, mas como uma garantia de vida das futuras gerações", por isso que pediu para reduzir o desmatamento e exigiu garantias para que o agronegócio "não seja manchado" com a destruição das florestas.
"O novo presidente da República precisa agir à altura da importância global do Brasil para a preservação do meio ambiente, isso significa evitar o aumento da temperatura do planeta, preservar a Amazônia e combater crimes ambientais", disse D'Ávila, citado no comunicado.