SÃO PAULO (Reuters) - A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira a operação Baixo Augusta, um desdobramento da Lava Jato baseado nas delações premiadas de executivos da JBS (SA:JBSS3) que apontam o pagamento de 160 milhões de reais em propina para facilitar a liberação pela Receita Federal de créditos tributários à empresa, informou a corporação.
De acordo com a PF, estão sendo cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em São Paulo e nas cidades de Caraguatatuba, Campos do Jordão, Cotia e Lins, todas localizadas no Estado de São Paulo.
"As provas já colhidas no inquérito confirmam o relato de que um esquema de pagamento de propinas funcionava desde 2004 para agilizar a liberação de recursos que a companhia teria a receber do Fisco", disse a Polícia Federal em comunicado, acrescentando que as apurações identificaram a participação de um auditor-fiscal da Receita Federal, um empresário, um contador e um advogado falecido em 2016.
"Estima-se que o total de créditos tributários liberados à JBS a partir do esquema chegue a 2 bilhões de reais ao longo do período", acrescentou a PF.
Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça Federal determinou o afastamento do auditor fiscal que estaria envolvido no caso, assim como o bloqueio de bens dos supostos beneficiados pelo esquema e de empresas a ele vinculadas.
(Por Eduardo Simões)