🤑 Não fica mais barato. Garanta a promoção com 60% de desconto na Black Friday antes que desapareça...GARANTA JÁ SUA OFERTA

Para Cunha, Dilma terá governabilidade frágil mesmo que consiga evitar o impeachment

Publicado 29.12.2015, 13:32
© Reuters. Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), durante evento em Brasília
PBR
-

Por Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) - Ainda que a presidente Dilma Rousseff consiga evitar a abertura de um processo de impeachment, terá uma governabilidade frágil para continuar seu mandato nos próximos três anos, avaliou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Em café da manhã com jornalistas nesta terça-feira, o presidente da Câmara, que rompeu com o governo em julho, reconheceu que é "muito mais fácil" obter os 171 votos para barrar a abertura de um processo de impedimento do que os partidários do impeachment reunirem os 342 votos, equivalentes a dois terços, necessários para continuá-lo.

"Mesmo que o governo consiga impedir, vai ser por uma margem muito estreita, vai mostrar que o governo não tem maioria", disse Cunha. "São duas perguntas diferentes: se o governo tem condições de amealhar um terço para impedir um impeachment, pode; se o governo tem condições de ter governabilidade com um terço, é difícil."

"O fato de o governo impedir (a abertura do processo), se porventura impedir, não significa que o governo adquiriu governabilidade para os próximos três anos", afirmou.

Cunha disse acreditar que a definição sobre a abertura do processo de impeachment contra Dilma deve ocorrer na Câmara até o fim de março. Ele aproveitou para garantir que dará continuidade ao trâmite do pedido assim que o Supremo Tribunal Federal (STF) se pronunciar sobre recursos que o peemedebista pretende apresentar sobre os ritos do impeachment.

"Acho que esse processo deve acabar até o fim de março, essa é a minha opinião", disse Cunha. "Digo, concluir o processo na Câmara."

O presidente reafirmou que deve apresentar em 1º de fevereiro recursos à decisão do Supremo que anulou a eleição por voto secreto de uma chapa avulsa para compor comissão mista na Câmara que analisará a abertura do processo.

Pouco antes do recesso do Judiciário, o Supremo decidiu anular a eleição da chapa avulsa por voto secreto para a comissão especial da Câmara e reforçou a interpretação de que a Constituição permite ao Senado avaliar se instaura ou não o processo de impeachment, mesmo que a Câmara já o tenha autorizado.

Segundo a interpretação do Supremo, o Senado poderá arquivar o processo --e evitar o afastamento temporário de Dilma-- por maioria simples. Mas Cunha considera "pouco provável" que o Senado, por maioria simples, contrarie decisão de dois terços dos deputados.

PEDALADAS

O deputado minimizou ainda que o processo de impeachment possa ser fragilizado caso a Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprove as contas do governo federal de 2014, em direção oposta ao Tribunal de Contas da União (TCU) que emitiu parecer pela rejeição das contas.

Dentre as irregularidades apontadas pelo tribunal estão manobras envolvendo atrasos de repasses a bancos públicos, as chamadas pedaladas fiscais. O relator do caso na CMO, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), já emitiu parecer pela aprovação com ressalvas das contas do ano passado. Depois da CMO esse parecer ainda precisa ser votado pelo plenário do Congresso.

Cunha argumentou que aceitou o pedido de impeachment contra a presidente com base em decretos de liberação de recursos neste ano que não teriam sido submetidos à avaliação do Congresso Nacional, e não na reprovação das contas pelo TCU por conta das pedaladas constatadas em 2014.

"Nós não aceitamos a tese que você retroaja em relação a mandato anterior... o ato irregular foi cometido em 2015, os decretos", explicou.

"PEÇA TEATRAL"

O presidente da Câmara aproveitou ainda para ironizar pedido para o seu afastamento elaborado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), segundo o qual, Cunha estaria usando seu mandato para interesse próprio e fins ilícitos.

Para Cunha, o documento pedindo que ele seja impedido de exercer seu mandato e a presidência da Câmara é uma "peça teatral". Sobre a acusação de quebra de decoro que enfrenta no Conselho de Ética da Câmara, Cunha disse que se trata de um "processo de natureza política que tem que ser enfrentado".

© Reuters. Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), durante evento em Brasília

O deputado foi denunciado pela PGR por suspeita de ter recebido 5 milhões de dólares em propina no esquema de corrupção da Petrobras (SA:PETR4). Também é alvo de inquérito que apura a existência de contas bancárias no exterior no nome dele e de familiares.

A possível existência das contas motivou a abertura do processo no Conselho de Ética, sob o argumento de que teria mentido em depoimento da CPI da Petrobras, quando negou ter contas bancárias além da declarada em seu Imposto de Renda.

Questionado sobre a recente troca de comando do Ministério da Fazenda, o presidente da Câmara não foi otimista. "Não é porque o ministro Nelson Barbosa possa ser pior ou melhor do que o Joaquim Levy. A visão que o mercado tem é que o Barbosa não representa uma política econômica, ele representa a presidente Dilma na condução da economia."

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.