SÃO PAULO (Reuters) - A Rede, partido da ex-ministra Marina Silva, afirmou em nota nesta segunda-feira que existem elementos para que a Câmara dos Deputados vote pela admissibilidade do pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e sinalizou que irá liberar seus deputados sobre a votação.
Em nota, a Rede voltou a defender uma nova eleição presidencial e pediu celeridade ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na análise dos processos que podem resultar na cassação de Dilma e de seu vice Michel Temer, assim como pediu que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), instale uma comissão especial para analisar um pedido de impeachment contra Temer.
Marina aparece bem posicionada em pesquisas de intenção de voto para a Presidência e, caso Dilma e Temer renunciem ou sejam cassados até o final deste ano, novas eleições diretas terão de ser convocadas. Caso isso aconteça no ano que vem, a eleição seria indireta.
"A Rede Sustentabilidade entende que existem elementos que justificam a admissibilidade do processo contra a presidente Dilma para que a necessária investigação dos atos de improbidade administrativa previstos na Constituição siga seu curso no Senado, de acordo com o rito estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal", afirma a nota.
"É importante ressaltar que a Rede tem como princípio fundante primar pelo respeito à pluralidade das posições e opiniões que se expressam através de suas lideranças e filiados sobre os diversos temas e, nesse caso, não agirá de modo diferente."
A comissão especial da Câmara que analisa a admissibilidade do pedido de instauração de processo de impeachment contra Dilma votará nesta segunda o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) favorável à abertura de processo de impeachment.
Depois disso, caberá ao plenário da Câmara votar sobre o pedido de impeachment. São necessários 342 votos dos 513 deputados para que a Câmara autorize a instauração de procedimento de impedimento, que ainda precisará ser referendada pelo Senado.
(Por Eduardo Simões)