Por Gavin Jones e Steve Scherer
ROMA (Reuters) - Dois partidos antissistema da Itália assinaram um acordo para formar um governo de coalizão, prometendo aumentar os gastos públicos e colocando o país em rota de colisão com a União Europeia, apesar de terem suavizado algumas de suas propostas mais radicais.
O "contrato" entre a Liga e o Movimento 5 Estrelas, os dois partidos que obtiveram mais assentos parlamentares nas eleições de 4 de março, ainda precisa ser aprovado pelos membros das legendas em votações a serem concluídas até domingo.
O documento, assinado após dois meses de impasse político na terceira maior economia da zona do euro devido ao resultado inconclusivo da eleição, pede cortes de bilhões de euros em impostos, maiores gastos em assistência social para os pobres e um recuo em reformas previdenciárias.
O acordo final deixou de fora uma proposta que representaria o desafio mais direto às regras fiscais da União Europeia, e buscou assegurar aos investidores que o plano de governo não inclui quaisquer planos para abandonar o euro.
Um rascunho anterior do acordo, visto pela Reuters, pedia que a UE criasse espaço fiscal para a Itália ajustando a fórmula usada para calcular o ônus da dívida do país, que as regras do bloco dizem que deve ser reduzida.
(Reportagem adicional de Stephen Jewkes)