SÃO PAULO (Reuters) - A Polícia Federal informou nesta terça-feira que abriu inquérito para apurar alegações de delatores ligados à Odebrecht de que o presidente da CSN (SA:CSNA3), Benjamin Steinbruch, teria pago propina ao ex-ministro Antonio Palocci e ao presidente da Federação das Indústrias de São Paulo, Paulo Skaf.
Palocci, já foi condenado pelo juiz federal Sérgio Moro no âmbito da operação Lava Jato, já manifestou em depoimento ao mesmo magistrado intenção de colaborar com a Justiça.
Skaf foi candidato a governador de São Paulo pelo PMDB na eleição de 2014.
O inquérito está sendo conduzido pela PF em São Paulo.
Questionados sobre o assunto em teleconferência com analistas sobre resultados trimestrais nesta tarde, executivos da CSN negaram irregularidades e informaram que a empresa não fez provisões envolvendo potenciais multas que poderiam ser aplicadas em decorrência do caso.
Os executivos também fizeram referências a uma auditoria externa realizada na empresa, que concluiu que "nada dos depoimentos referidos restou confirmado, inexistindo contingências decorrentes dos temas investigados".
A ação da CSN fechou em queda de 1,4 por cento na bolsa paulista. O Ibovespa cedeu 0,66 por cento.
Em nota, a assessoria de Skaf também negou quaisquer irregularidades.
"Todas as doações recebidas pela campanha de Paulo Skaf ao governo de São Paulo estão devidamente registradas na Justiça Eleitoral, que aprovou sua prestação de contas sem qualquer reparo", afirma a nota.
"A assessoria de Paulo Skaf reitera nunca pediu e nem autorizou ninguém a pedir qualquer contribuição de campanha que não as regularmente declaradas."
Procurado, o advogado de Palocci não respondeu de imediato o pedido por comentários.
(Reportagem de Eduardo Simões e Alberto Alerigi Jr.)