(Reuters) - A Polícia Federal lançou nesta terça-feira operação contra um esquema de lavagem de dinheiro em Pernambuco e Goiás que teria movimentado cerca de 600 milhões de reais desde 2010, tendo como alvo os donos do avião em que morreu o ex-candidato presidencial e ex-governador pernambucano Eduardo Campos.
Agentes da PF cumprem 60 mandados judiciais, sendo 22 de condução coercitiva, 33 de busca e apreensão e cinco de prisão preventiva, na chamada operação Turbulência. Os envolvidos irão responder por crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
Também foram cumpridos mandados para confisco de embarcações, aviões e helicópteros dos principais investigados.
Segundo a PF, a investigação teve início com a análise de movimentações financeiras suspeitas detectadas a partir de empresas de fachada envolvidas na compra do avião Cessna Citation que levava Eduardo Campos durante a campanha presidencial de 2014 quando sofreu um acidente fatal, em agosto daquele ano, em Santos (SP).
"Há suspeita de que parte dos recursos que transitaram nas contas examinadas serviam para pagamento de propina a políticos e formação de 'caixa dois' de empreiteiras. O esquema criminoso sob apuração encontrava-se ativo, no mínimo, desde o ano de 2010", informou a PF em comunicado.
A PF também descobriu nas investigações que empresas de fachada que faziam parte do esquema realizavam transações com algumas companhias investigadas no âmbito da operação Lava Jato, que apura um esquema bilionário de corrupção que envolve principalmente a Petrobras (SA:PETR4), empreiteiras, partidos e políticos.
(Por Caio Saad, no Rio de Janeiro)