BRASÍLIA (Reuters) - Deputados tentam chegar a um entendimento mínimo para votar duas propostas da reforma política nesta semana, mas as divergências em torno do chamado distritão podem atrasar a votação do tema a tal ponto que inviabilize sua tramitação a tempo no Senado.
Segundo uma fonte que acompanha as negociações, ainda não há acordo sobre o sistema eleitoral, mas há forte movimentação de um grupo de aproximadamente 100 deputados, comandados pelo líder do PP, Arthur Lira (AL), para que ele seja aprovado.
Esse grupo, inclusive, ameaça não votar mais nenhum outro ponto da reforma caso o distritão não seja aprovado.
Por isso mesmo, lideranças e representantes de partidos estão reunidos na liderança do governo na Câmara, na tentativa de chegar a um consenso mínimo.
Mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que iniciaria a votação pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 77, justamente pelo trecho que trata da mudança do sistema eleitoral para a escolha de deputados e vereadores.
Depois, passaria à análise de outra PEC, a 282, que proíbe as coligações e estabelece uma cláusula de desempenho.
Antes, no entanto, o plenário da Câmara precisa analisar duas medidas provisórias e ainda assim manter seu quórum suficientemente alto para a análise de PEC.
Maia tem adotado a postura de aguardar um quórum próximo a 450 deputados para iniciar a votação de PEC.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)