Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou nesta terça-feira que policiais não precisam esperar serem baleados para atirarem, em comentário feito em resposta ao uso de atiradores de elite por parte da polícia do Rio de Janeiro.
"O fato é que um policial não precisa levar um tiro de fuzil para reagir", afirmou o ministro durante o primeiro dia da feira de equipamentos de segurança LAAD, no Rio de Janeiro.
O ministro afirmou que o combate à violência e à criminalidade no país precisa de uma “concertação” entre políticas de segurança, urbanísticas e sociais.
A declaração de Moro foi dada em meio a uma nova polêmica envolvendo o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que declarou em entrevista que o governo fluminense já está utilizando atiradores de elite em operações no Rio de Janeiro.
Um pedido de investigação ao Ministério Público do Rio de Janeiro contra o uso dos atiradores foi solicitado por uma deputada estadual do PSOL. Nesta terça feira, durante a LAAD, Witzel voltou a defender o uso dos atiradores de elite.
"A polícia tem que usar os meios necessários para proteger a população. Isso é legítima defesa da sociedade", disse o governador a jornalistas.
PACOTE ANTICRIME
Moro também afirmou que mantém confiança de que o projeto com medidas de combate ao crime no país poderá ser aprovado mesmo com o esforço do governo concentrado em aprovar a reforma da Previdência.
O ministro da Justiça afirmou que aposta no diálogo com o Congresso para a aprovação do pacote de segurança e da reforma das aposentadorias.
"Tenho plena confiança que com exposição e diálogo dos projetos (...) acho que com mais ou menos tempo, com eventuais modificações e aprimoramentos, o governo vai conseguir aprovar", disse Moro.