BRASÍLIA (Reuters) - Potencial candidato do PSDB à Presidência em 2018, o prefeito de São Paulo, João Doria, teve um dia de agenda cheia em Brasília nesta quarta-feira, com encontros com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, além de reuniões com lideranças e com as bancadas tucanas e empresários, ao mesmo tempo que negou ser candidato ao Planalto.
Doria reiterou lealdade a seu padrinho político, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
O prefeito teve encontros com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), além dos líderes tucanos nas duas Casas, deputado Ricardo Tripoli (SP) e senador Paulo Bauer (SC). Doria, que iniciou a maratona de encontros pela manhã, também participou de uma reunião com a bancada de deputados federais do PSDB.
Ele reuniu-se, ainda, com empresários em um hotel de Brasília em evento organizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), pela Federação das Indústrias do DF (Fibra) e pelo Lide, grupo de empresários criado por Doria, e deu entrevista a jornal local.
Ainda nesta quarta, o prefeito participará de um jantar com senadores e deputados e seu embarque de volta à capital paulista está marcado para as 23h.
Doria garantiu, no entanto, que o périplo pela capital federal nada tinha a ver com uma potencial candidatura à Presidência em 2018.
“Sou prefeito da cidade de São Paulo e não sou candidato a presidente da República", disse Doria a jornalistas ao lado da bancada tucana de deputados.
"Como prefeito do PSDB, tenho a obrigação de prestar contas à bancada, dialogar com a bancada... Para estar aqui, não preciso ser candidato a nada", garantiu.
INDIVISÍVEL
Doria afirmou que buscou investimentos para São Paulo na palestra para os empresários e, nos encontros com Maia e Eunício, tratou de assuntos legislativos de interesse da capital paulista, assim como das demais prefeituras, já que também ocupa o cargo de vice-presidente de Relações Institucionais da Frente Nacional de Prefeitos (FNP).
“Minha relação com o governador Geraldo Alckmin é indivisível", garantiu Doria a jornalistas, acrescentando ter uma amizade de 37 anos com o governador que existe, segundo ele, independentemente da política.
“Tenho um dever de lealdade com ele no plano político. Foi o avalista das prévias em São Paulo”, acrescentou, referindo-se ao processo de escolha do candidato tucano à prefeitura paulistana em 2016.
Diante das denúncias que resultaram no afastamento do presidente licenciado do PSDB, Aécio Neves (MG), do mandato de senador, Alckmin se tornou o principal nome tucano para a disputa presidencial do ano que vem, mas Doria tem sido apontado como um possível candidato ao Planalto.
Em entrevista à Reuters em abril, Doria prometeu que usaria todas suas forças para combater a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência. Quando indagado se isso incluiria uma candidatura ao Planalto, respondeu: "O futuro a Deus pertence."
Pesquisa Datafolha divulgada no fim de semana mostrou Lula liderando todos os cenários de primeiro turno para a eleição presidencial do ano que vem, ao mesmo tempo que apontou Doria e Alckmin com intenções de voto semelhante, com o governador mais conhecido que o prefeito, mas também com uma rejeição maior.
(Reportagem de Silvio Cascione, em Brasília, e de Eduardo Simões, em São Paulo)