BRASÍLIA (Reuters) - O PP anunciou nesta quarta-feira que fará uma reunião do seu diretório nacional para decidir sobre a permanência ou não na base de apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff em 11 ou 12 de abril, às vésperas da data prevista para a votação no plenário da Câmara dos Deputados do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A bancada do partido no Congresso, que está dividida sobre o desembarque, se reuniu nesta quarta para marcar a data do encontro que decidirá sobre a manutenção ou não do apoio ao governo, um dia após o PMDB, que era o maior partido da coalizão governista, anunciar sua saída da base. [nL2N1720CQ]
"A bancada decidiu que essa decisão se fará depois da decisão da comissão especial do impeachment", disse a repórteres o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), ex-ministro das Cidades de Dilma e contrário ao desembarque. "A posição do partido só se dará quando o diretório se reunir. Esse não é o momento de discutir cargos."
O PP, que ocupa atualmente o Ministério da Integração Nacional com Gilberto Occhi -afastado do cargo por licença médica-, conta com 49 deputados e 6 senadores.
A reunião do partido foi realizada no momento em que o Palácio do Planalto contabiliza apoios para tentar barrar o processo de impeachment de Dilma na Câmara, após a presidente sofrer duro revés com a decisão do PMDB, partido com as maiores bancadas no Câmara e no Senado.
O deputado Julio Lopes (RJ), da ala do partido favorável ao rompimento, disse que o PP não está interessado em negociar "restos de governo". Também favorável ao desembarque, o deputado Jerônimo Goergen (RS) afirmou que a bancada do partido tem "posição majoritária pela saída do governo".
Além do processo de impeachment, que tramita em comissão especial da Câmara dos Deputados e está previsto para ser levado ao plenário da Casa por volta de 15 de abril, Dilma enfrenta uma das piores recessões econômicas em décadas, além de baixos níveis de popularidade.
Na segunda-feira, outro partido da base aliada, o PSD, liberou seus deputados para votarem como quiserem no pedido de abertura de impeachment contra Dilma.
(Reportagem de Anthony Boadle)