MADRI (Reuters) - O primeiro-ministro em exercício da Espanha, Mariano Rajoy, renovou neste sábado uma tentativa para formar uma coalizão entre seu Partido Popular (PP) e o Partido Socialista, após o fracasso do líder socialista Pedro Sánchez em conquistar o apoio do Parlamento para formar um novo governo.
Sánchez perdeu sua segunda votação para formar um governo em parceria com o partido pró-mercado Ciudadanos, na sexta-feira, o que pode levar o país em direção à sua segunda eleição em seis meses.
O PP, o partido Podemos e cinco partidos menores votaram contra Sánchez, sabotando seu pacto com o Ciudadanos. Um partido pequeno das Ilhas Canárias também votou por Sánchez.
Partidos na Espanha têm realizado negociações para formar um governo desde uma eleição em dezembro, quando espanhóis- cansados de austeridade e corrupção- desertaram dos dois partidos tradicionais e votaram em novas legendas, como Podemos e Ciudadanos.
Empresas e investidores, até agora, têm se mantido calmos sobre o impasse, mas novas eleições aumentariam o risco de que o crescimento econômico espanhol, uma das maiores taxas na União Europeia, possa ser afetado pelo impasse político.
O Podemos prometeu votar contra qualquer coalizão que inclua o PP, e Sánchez disse repetidamente que não apoiaria qualquer pacto que permita que Rajoy volte ao poder.
O PP conquistou a maioria dos votos em dezembro, seguido pelo Socialista, pelo Podemos e pelo Ciudadanos. Sob a lei espanhola, o parlamento precisa aprovar a formação de um governo, mas isso se torna problemático se nenhum partido, ou grupo de partidos, possuir apoio suficiente.
Os partidos têm até 2 de maio para chegar a uma alternativa. Um fracasso nas negociações levaria à dissolução do parlamento, e os espanhóis teriam que voltar às urnas, possivelmente em 26 de junho. Analistas dizem que tal resultado parece cada vez mais certo.
(Paul Day e Andres Gonzalez)